domingo, 16 de outubro de 2011

Simulado - Biomassa e biocombustíveis





Segue abaixo um simulado de 12 questões sobre biomassa e biocombustíveis. Faça-o e teste seus conhecimentos sobre o assunto!




Questão 01


(Uerj)

Lula defende biocombustíveis das críticas crescentes


BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a produção de biocombustíveis pelo Brasil rejeitando as críticas de que ela acelera o aumento dos preços dos alimentos em todo o mundo e prejudica o meio ambiente.

As crescentes críticas são um desafio à diplomacia brasileira e ao auge das exportações agrícolas, que transformaram o Brasil no maior exportador mundial de etanol derivado da cana-de-açúcar.

Competidores e críticos tentaram relacionar várias das exportações agrícolas do país, da carne à soja, com a destruição do meio ambiente e com más condições de trabalho.


RAYMOND COLITT, em 16/04/2008
Adaptado de www.estadao.com.br


O debate a respeito do uso de biocombustíveis não envolve apenas questões ambientais, mas também diferentes interesses econômicos. Neste último caso, encontram-se países e empresas que lucram com a utilização em larga escala dos combustíveis fósseis e produtores de biocombustíveis. Nesse campo de lutas, o Brasil emerge como um potencial ator de primeira grandeza, posicionando-se no centro dessa polêmica.


Um alegado risco ambiental decorrente da maior produção de biocombustíveis no Brasil e uma vantagem territorial que fundamenta a defesa desta política de Estado, respectivamente, são:


(A) desertificação - abundância de recursos hídricos

(B) degradação dos solos - predomínio de solos férteis

(C) desmatamento - disponibilidade de terras não cultivadas

(D) disseminação de pragas - ocorrência de climas temperados


Questão 02

A Lei Federal n.º 11.097/2005 dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira e fixa em 5%, em volume, o percentual mínimo obrigatório a ser adicionado ao óleo diesel vendido ao consumidor.


De acordo com essa lei, biocombustível é “derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme
regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”.


A introdução de biocombustíveis na matriz energética brasileira

a) colabora na redução dos efeitos da degradação ambiental global produzida pelo uso de combustíveis fósseis, como os derivados do petróleo.

b) provoca uma redução de 5% na quantidade de carbono emitido pelos veículos automotores e colabora no controle do desmatamento.

c) incentiva o setor econômico brasileiro a se adaptar ao uso de uma fonte de energia derivada de uma biomassa inesgotável.

d) aponta para pequena possibilidade de expansão do uso de biocombustíveis, fixado, por lei, em 5% do consumo de derivados do petróleo.

e) diversifica o uso de fontes alternativas de energia que reduzem os impactos da produção do etanol por meio da monocultura da cana-de-açúcar.


Questão 03


(Enem) A biodigestão anaeróbica, que se processa na ausência de ar, permite a obtenção de energia e materiais que podem ser utilizados não só como fertilizante e combustível de veículos, mas também para acionar motores elétricos e aquecer recintos.


O material produzido pelo processo esquematizado acima e utilizado para geração de energia é o

a) biodiesel, obtido a partir da decomposição de matéria orgânica e(ou) por fermentação na presença de oxigênio.

b) metano (CH4), biocombustível utilizado em diferentes máquinas.

c) etanol, que, além de ser empregado na geração de energia elétrica, é utilizado como fertilizante.

d) hidrogênio, combustível economicamente mais viável, produzido sem necessidade de oxigênio.

e) metanol, que, além das aplicações mostradas no esquema, é matéria-prima na indústria de bebidas.


Questão 04

(Unaerp-SP) "Crescimento acelerado do consumo interno, motivado pelas vendas de carros bicombustíveis, estimula investimento de 12,5 bilhões de rais. As vendas de carros movidos a gasolina e a álcool já respondem por 32% do comércio global de veículos do Brasil."

Todas as opções sobre o Proálcool estão corretas, exceto:


a) O Programa Nacional do Álcool (Próálcool) foi criado em 1975, como uma forma encontrada pelo governo brasileiro para enfrentar as crises do petróleo, iniciadas em 1973.

b) O Proálcool representou uma fonte de desenvolvimento de tecnologias “limpas” por aproveitar a cana-de-açúcar como combustível.

c) Com o Proálcool, houve a reafirmação das plantations, o que contribuiu para a desconcentração da propriedade da terra.

d) O Proálcool começou a ser desativado a partir de 1986 em conseqüência de uma crise iniciada na safra de cana-de-açúcar que gerou a escassez do combustível.

e) As vendas brasileiras de álcool ao exterior ainda são, basicamente, de álcool industrial. Os principais mercados são Estados Unidos, Índia, Europa e Japão.


Questão 05

(Fuvest) O debate atual em torno dos biocombustíveis, como o álcool de cana-de-açúcar e o biodiesel, inclui o efeito estufa. Tal efeito garante temperaturas adequadas à vida na Terra, mas seu aumento indiscriminado é danoso. Com relação a esse aumento, os biocombustíveis são alternativas preferíveis aos combustíveis fósseis porque

a) são renováveis e sua queima impede o aquecimento global.

b) retiram da atmosfera o CO2 gerado em outras eras.

c) abrem o mercado para o álcool, cuja produção diminuiu o desmatamento.

d) são combustíveis de maior octanagem e de menores taxas de liberação de carbono.


Questão 06
(Uea) Os biocombustíveis surgem hoje como uma solução para os problemas mundiais de energia. O caráter renovável da biomassa torna o seu uso uma alternativa para a ameaça de esgotamento das jazidas de petróleo.

O aumento da produção de combustível com base na biomassa provoca o seguinte problema:

a) o aumento da emissão de gases do efeito estufa, o que agrava o aquecimento global.

b) a queda do preço do petróleo, o que contribui para o aumento do seu consumo.

c) a redução da oferta de alimentos, o que leva ao aumento de seus preços no mercado mundial.

d) a mudança da estrutura fundiária, o que acarreta o fracionamento das unidades produtivas.

e) a desvalorização do fator trabalho na agricultura, o que agrava as questões sociais no campo.


Questão 07

(Unifesp) No Brasil, o biodiesel é apontado como uma alternativa para geração de energia, por

a) abrir mercados no país, já que é uma fonte de energia sem restrições socioambientais.
b) impedir o desmatamento da Amazônia, substituindo a pecuária.
c) Criar empregos rurais qualificados para manipular máquinas agrícolas.
d) Ser exportável aos Estados Unidos, que não dominam tecnologia de biocombustível.

Questão 08

(IBMEC) “No ano passado, na visita ministerial à Califórnia, Furlan fez questão de ressaltar que o Brasil tem enorme potencialidade para atender mercados que começam a se interessar pelo uso desse combustível. A tecnologia dos equipamentos desenvolvidos aqui para a fabricação do etanol é um dos exemplos, além das parcerias firmadas com outros países. Furlan lembrou ainda que o etanol não é concorrente da gasolina, pelo contrário, são complementares. Atualmente na Califórnia, a mistura de álcool na gasolina é de 5,6%, o que gera um consumo de 900 milhões de galões por ano. Estuda-se a possibilidade de aumentar a porcentagem de álcool para 10%, o que aumentaria a demanda de etanol. No ano passado, o Brasil exportou US$ 77,462 milhões de álcool para os EUA. Só nos dois primeiros meses desse ano, o valor registrado em vendas foi de US$ 25,747 milhões.“

(Boletim do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 06/04/2006.Veiculado no site: www.desenvolvimento.gov.br)


Segundo esse texto, o álcool brasileiro conquista cada vez mais espaço no mercado de combustíveis no mundo. Entre os fatores responsáveis por esse sucesso não está:

a) A adaptação de alguns países ao protocolo de Kioto, que prega a redução das emissões de gás carbônico.

b) A introdução de leis ambientais mais rígidas, algumas que pregam a diminuição da poluição atmosférica.

c) O uso de um combustível mais barato em relação ao petróleo, que atingiu preços recordes durante o ano de 2006.

d) A possibilidade de ser produzido em todas as partes do mundo, já que a cana-de-açúcar se adapta aos mais variados solos.

e) A diversificação da matriz de energia de transportes, com o intuito de diminuir a dependência do petróleo.



Questão 09


(UEPB)

"A polêmica do etanol"

A manchete publicada em jornal de grande circulação nacional nos leva a reflexão de que:


I - Segundo o representante da ONU para Direito à Alimentação, o uso de terras férteis para cultivos destinados a fabricar biocombustíveis reduz as superfícies destinadas à produção de alimentos.

II - No Brasil, o ministro da Agricultura afirmou que a produção de álcool não prejudica a produção de alimentos. Existe uma perfeita compatibilidade entre a produção de álcool e de alimentos. A plantação da cana-de-açúcar representa menos de 1% da produção total agrícola brasileira e as novas áreas para produção de álcool avançam para as pastagens.

III - Segundo o representante da ONU para o Setor da Agricultura e Alimentação (FAO) o etanol e o biodiesel têm condições de serem transformados em aliados no combate à fome, desde que acompanhados de políticas públicas que estimulem a agricultura familiar, a oferta de créditos, e uma estrutura de mercado que favoreça o comércio de alimentos sem amarras protecionistas.

IV - Atualmente o etanol é a maior fonte de energia do país.


Estão corretas:

a) Apenas as proposições II e III

b) Apenas as proposições I e II

c) Apenas as proposições I, II e III

d) Apenas as proposições I e IV

e) Todas as proposições


Questão 10

(Fuvest) O biodiesel é um combustível biodegradável, derivado basicamente de diversas fontes vegetais, e que pode substituir total ou parcialmente o diesel a partir do petróleo em vários tipos de motores.

a) Dê exemplo de duas fontes utilizadas na produção do biodiesel.

b) Explique porque o biodiesel tem sido considerado uma alternativa econômica e ambientalmente viável para o Brasil.


Questão 11

(Ufpe) Em 1975, o Governo Militar brasileiro, para enfrentar a alta geral dos preços internacionais do petróleo, baixou um Decreto criando o Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Dentre as principais consequências sociais e ambientais desse importante programa, estão:

( ) a aceleração do processo de proletarização do trabalhador rural.

( ) a diminuição da poluição dos cursos de água, especialmente na Zona da Mata nordestina.

( ) A intensa utilização de agrotóxicos nas novas áreas cultivadas com cana-de-açúcar.

( ) A diminuição da mão-de-obra empregada na lavoura canavieira, com a elevada mecanização das atividades agrícolas.


Questão 12

(UFV) O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) foi criado em 1975, como uma forma encontrada pelo governo brasileiro para enfrentar as crises do petróleo, iniciadas em 1973. Sobre o Proálcool, assinale a alternativa INCORRETA:

a) Baseou-se em uma forte política de subsídios e financiamento a juros baixos aos grandes usineiros, agravando ainda mais o problema fundiário no país.

b) Contribui para atenuar a crise do setor açucareiro brasileiro na década de 70, devido aos baixos preços internacionais do açúcar.

c) Possibilitou a abertura de novas fronteiras agrícolas, evitando investimentos em plantações e usinas já existentes.

d) Representou uma fonte de desenvolvimento de tecnologias limpas, por aproveitar a cana-de-açúcar como fonte de energia renovável.

e) Ocasionou uma série de problemas ambientais pela dificuldade de aproveitamento e armazenamento dos resíduos da produção de álcool.


Gabarito: 1 – c 2 – a 3 – b 4 – b 5 – e 6 – c 7 – d 8 – d 9 – c

10 – Discursiva

a) As principais fontes utilizadas na produção de biodiesel são: mamona, canola, soja, algodão, girassol, milho e amendoim.

b) Pelas condições climáticas favoráveis, pedológicas e de extensão territorial do país, além da política oficial de estímulo ao desenvolvimento científico e tecnológico para este combustível dentro do setor energético.

11 – V-F-V-V-V 12 - c

Série Proálcool - Parte IV

O Brasil no atual cenário mundial de produção de álcool


De acordo com o relatório da BP, em apenas um ano a utilização de etanol combustível cresceu 97% na França, 79% na Austrália, 33% nos Estados Unidos e 44% no Canadá. Anteriormente, a adição do álcool anidro era somente feita como paliativo para reduzir a poluição urbana, porém, desde o aumento no preço do petróleo e a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, em 2005, a adição do álcool anidro à gasolina tem sido uma solução em vários países.

O Brasil encontra-se em ótima posição no novo mercado de produção de álcool combustível, por possuir resposta para dois problemas: garantir fornecimento do combustível e fabricar carros flexfluel para substituir a frota existente. Para isso, o país se propõe a ampliar e padronizar a produção de ambos e transformar o etanol em commodity – um produto básico transformado em bolsas internacionais. Por estes motivos, o Brasil tem recebido uma massa de investimentos internacionais.

De acordo com o engenheiro de produção Leonardo Caio, da Associação Paulista de Cogeração de Energia, o Brasil vem passando por inovações com muita rapidez no referente à produção de etanol. Em meados de 2008, já existiam 347 usinas e 104 estavam em construção, sobretudo no Sudeste e Centro-Oeste brasileiro.

O governo muito custos da instalação de redes de cabo que ligarão as usinas de álcool ao sistema elétrico. Ele prevê, ainda, que a oferta de eletricidade nova a partir da queima do bagaço suba para 6.830 MW em 2030.tem feito para viabilizar excedentes de energia como grande parte da energia consumida em território nacional. Nos últimos anos, o governo federal deflagrou programas e planos, como o Plano Nacional de Agroenergia. Este plano prevê, por exemplo, planejamento, metas e

Série Proálcool - Parte III

Os impactos da produção e do consumo da cana-de-açúcar e de etanol


Ambientais

  1. Eliminação do chumbo tetraetila da gasolina (aditivo utilizado como moderador de explosão que contribui na emissão de gases poluentes);
  2. Redução na poluição atmosférica nos centros urbanos;
  3. Redução da emissão de gases do efeito estufa;
  4. Poluição hídrica e pedológica (causada pelo despejo de vinhoto, resíduo da produção do etanol que tem atualmente sido usado como fertilizante, em rios e afluentes).

Energéticos
  1. Balanço energético positivo (consumo de energia bastante inferior à que é produzida);
  2. Potencial de co-geração de energia com uso dos subprodutos do etanol, como o bagaço da cana.


Econômicos

  1. Importante contribuição fiscal;
  2. Redução dos gastos públicos de saúde com problemas associados à poluição do ar pelo uso de etanol em grandes cidades;
  3. Custos de produção decrescentes dos produtos de cana.


Sociais

  1. Geração de emprego e salários;
  2. Manutenção da mão-de-obra no meio rural.


Estratégicos

  1. Alternativa ao petróleo e conseqüente redução da dependência à sua importação.


Tecnológicos

  1. Desenvolvimento da tecnologia do carro a álcool;
  2. Progressos técnicos na produção sucroalcooleira;
  3. Melhora na qualidade do solo.

Série Proálcool - Parte II

Os benefícios e malefícios do Proálcool e da produção de álcool


Benefícios

O Proálcool estimulou o desenvolvimento da tecnologia de processos produtivos e aproveitamento energético da cana-de-açúcar e seus subprodutos. Também foi de grande ajuda para o governo, pois reduziu a dependência do Brasil em relação ao petróleo importado e aumentou a capacidade do Brasil de assumir um grande papel no mercado internacional de açúcar. Em curto prazo, o programa trouxe grandes benefícios para a economia brasileira: além de muito mais barato que a gasolina, ainda era uma grande fonte de empregos no Brasil todo, pois a demanda de cana de açúcar ficou muito maior com o programa, acarretando grande capitalização do campo, minimizando assim um dos grandes problemas brasileiros.


Malefícios

Também em curto prazo, todavia, pode-se citar o agravamento dos problemas relacionados à concentração de terras: aumento do número de trabalhadores diaristas, incentivo à monocultura e êxodo rural. Estes problemas estão ligados ao fato de que quem não possui usina, realidade dos pequenos e médios produtores agrícolas, é obrigado a vender sua produção aos usineiros, que costumavam pagar muito pouco pela cana-de-açúcar.

Outro grande problema é o despejamento de vinhoto (resíduo da produção de álcool), causando a morte dos peixes por asfixia. A queimada do canavial, constantemente praticada, destrói a microfauna e a microflora, fator favorecedor da mineralização do solo e do conseqüente decréscimo da produtividade. Também é citável a poluição do ar, que leva a problemas respiratórios tanto nos canaviais como nas cidades próximas.

Como principal malefício do Proálcool se encontra o aumento das culturas de cana-de-açúcar que, pela ambição de seus proprietários, ocuparam terras que poderiam ser usadas para a produção de alimentos essenciais. Isso acarretou problemas graves de alimentação e abastecimento da população e contribuiu para o aumento dos preços desses produtos agrícolas. Esta é uma mostra de que os interesses econômicos prevalecem sobre as necessidades humanas.

Série Proálcool - Parte I

História

O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) foi criado em 1975 durante o governo de Ernesto Geisel. Após o primeiro choque de petróleo, o barril de combustível aumentou insustentavelmente no mercado mundial. O Brasil visou fazer do álcool, então, uma fonte alternativa de energia, a partir da introdução da mistura gasolina-álcool (álcool anidro) e a fabricação de veículos movidos exclusivamente a álcool (álcool hidratado).

Para que fossem construídas usinas produtoras de álcool, foram concedidos vultuosos empréstimos aos maiores produtores de cana-de-açúcar, a juros subsidiados. O subsídio agrícola não se limitou aos grandes produtores, avançando pelos médios e pequenos produtores agrícolas e suas culturas. As zonas agrícolas em foco eram as que já possuíam plantações e usinas de cana de açúcar – como Ribeirão Preto e região (São Paulo), Campos e região (Rio de Janeiro) e Zona da Mata Nordestina.

Até 1979, o Proálcool desenvolveu-se lentamente, adquirindo impulso com a segunda crise do petróleo. O setor automobilístico passou a apoiá-lo, vendo nele um caminho para a sustentação de suas vendas com a crise do petróleo. O governo definia os preços a partir de razões políticas, não econômicas, arcando com o prejuízo. Tal medida causou um uso extraordinário de álcool nos anos iniciais: em 1985 as vendas de carros movidos a etanol puro representaram 96% do mercado e até o fim da década 5,5 milhões de automóveis foram vendidos.

Não obstante o crescimento do mercado e os benefícios da produção do álcool, a partir da década de 1990, pela diminuição dos subsídios para a produção e consumo, a falta de álcool e a conseqüente perda de confiança causaram a preferência dos consumidores por veículos movidos a gasolina. Atualmente, poucos veículos são movidos exclusivamente a álcool, mas tem crescido o número de carros bicombustíveis, os denominados “flex”. Em 2009, estes representavam cerca de 90% dos carros zero-quilômetro vendidos no mercado.

Com advento dos carros flex fuel, o plantio de cana de açúcar e a construção de novas usinas tiveram novo impulso, passando a ocupar, além das áreas tradicionais, extensas porções do cerrado. Em dados de 2007, constatou-se que a cana-de-açúcar foi a segunda principal fonte de energia do Brasi, apenas atrás do petróleo. Tal fato, no entanto, deve-se muito mais à iniciativa privada do que a governamental.

Entrevista com Roberval Damasceno - Biomassa

Ciclo do carbono

Os vídeos disponíveis nos links abaixo são uma entrevista com Roberval Damasceno, biólogo, sobre a utilização da biomassa como fonte de energia. Roberval explica sobre tópicos como o que é a biomassa, a relação entre a mesma e o ciclo do carbono, entre outros. Assista e confira!

Entrevista com Roberval Damasceno - Biomassa (Parte 1)

Entrevista com Roberval Damasceno - Biomassa (Parte 2)


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Vídeo: Biodiesel no Brasil é feito com soja



Vídeo da Rede Globo que discute o biodiesel e a alta de seu preço e apresenta uma entrevista com o diretor do departamento de combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia. Atualize-se sobre a utilização do biodiesel no Brasil!


Parte IV - O preço dos alimentos



Não é apenas a partir da ocupação de territórios previamente utilizados para culturas alimentares que a bioenergia tem contribuído para a fome no mundo. Há inúmeras culturas que passaram a vender seus produtos para o mercado de biocombustíveis em detrimento do abastecimento alimentar local. O óleo de colza é um exemplo: em 2006, cerca de 60% do total do óleo produzido na União Europeia destinou-se à fabricação de biodiesel. Com a diminuição da oferta do produto, consequentemente houve o aumento de seu preço. Em 2005, o preço do óleo de colza subiu 45%, e depois mais 30%, atingindo cerca de 800 dólares por tonelada.

A mesma situação foi notada com os cereais. Os preços do milho americano tiveram um aumento de mais de 50% desde Setembro de 2006 (o fato se deve pela utilização do milho na produção de bioetanol). O trigo teve em 2006 seu preço mais alto em 10 anos, de 300 dólares por tonelada.

Toda cultura gera um prejuízo futuro ao solo. Não ocorre situação diferente com as culturas energéticas, que reduzem a fertilidade e esgotam os minerais do solo. Essa situação também gera impacto às culturas alimentares, pois deixam o cultura inadequado para uma possível cultura de outros produtos. Há também enormes desperdícios durante o processo de obtenção de energia através de biomassa, o que faz necessário medir o impacto ambiental causado pelos restos da produção.

Parte III - A desflorestação no Brasil, na Malásia e na Indonésia



As florestas tropicais são os mais ricos armazéns de carbono e os mais eficazes esgotos de carbono do mundo. Assim, quando tais florestas são desmatadas a um ritmo de mais de 14 mil hectares por ano, certa de 5,8 toneladas de carbono são liberadas para a atmosfera, e apenas parte dela retorna ao solo a partir das novas plantações.

Os países que não possuem uma legislação ambiental consolidada, ou não possuem fiscalização para as mesmas, acabam tendo grande parte de sua mata nativa deteriorada. No Brasil, por exemplo, enormes extensões da Amazônia já foram desmatadas não apenas para comércio ilegal de madeira, mas também para o cultivo de soja. A soja é utilizada tanto para a indústria de carne como para a produção de biodiesel. A cana-de-açúcar, que também tem invadido a Amazônia, é a matéria-prima do etanol. As principais preocupações, todavia, são seu avanço sobre a Mata Atlântica e o Cerrado - do qual dois terços já estão destruídos ou degradados.

Na Malásia e na Indonésia estes problemas são ainda maiores. A principal cultura energética desses países é o óleo de palma, que já tem sido chamado de "diesel da desflorestação". A utilização do óleo de palma nas culturas alimentícia e energética preveem um drástico aumento em sua produção. Já é irrefutável as consequências de sua produção: de acordo com um relatório dos Amigos da Terra, The Oil of Ape Scandal revela que, entre 1985 e 2000, as plantações de óleo de palma promoveram cerca de 87% de desflorestação na Malásia. Prevê-se que, em alguns anos, 6 milhões de hectares de florestas na Malásia e 16,5 milhões de hectares da Indonésia desapareçam em função da cultura do óleo em questão.

O óleo de palma é um candidato forte à substituição dos combustíveis fósseis. Acredita-se que até 2020 a produção global de óleo de palma duplique - atualmente ela se encontra acerca de 28 milhões de toneladas por ano. Tanto a Malásia como a Indonésia não preveem diminuição em sua produção de óleo de palma; pensam apenas em aumentá-la. Tais países assumiram um compromisso conjunto de produzirem internamente 6 milhões de toneladas de óleo bruto de palma por ano para alimentar o mercado dos biocombustíveis.

Obs.: Dados de 2008.

Parte II - Desflorestação e aumento do preço dos alimentos



Embora também tragam enormes benefícios para um país, para alguns, os biocombustíveis causam problemas muitas vezes irreparáveis - e esse fato não pode ser negado. A monocultura de biomassa, em detrimento da cultura de alimentos, avançaria com mínimos impedimentos tanto para matas nativas, levando à deflorestação, como a pequenas propriedades que abastecem os mercados locais com alimentos. A segurança alimentar está gradualmente se transformando numa questão preocupante: as reservas mundiais de cereais não se encontravam tão baixas há 30 anos, como se encontram agora. Com o avanço da fronteira agrícola e da monocultura, certamente será atingida uma situação de desflorestação e, consequentemente, de extinção de espécies. E os países que mais sofrerão com esta crise alimentar e ambiental serão os que têm maior carência, os países subdesenvolvidos.

A demanda de terras aráveis para culturas energéticas, se quer-se que esta substitua os combustíveis fósseis, é inatingível. Um relatório técnico da União Europeia de 2004, por exemplo, mostrou que a meta de 5,75 por cento de substituição dos combustíveis fósseis exigirá de 14% a 19% de novas terras para as monoculturas. A Europa, porém, não dispõe de tal território: apenas 12% de seu território é de terra agrícola. Não restariam terras de conservação ambiental. Se os Estados Unidos decidissem aderir à substituição total dos combustíveis fósseis pelos biocombustíveis, para todo o processo de produção e distribuição, seria necessário 121% de toda a terra arável do país. Apenas assim os EUA conseguiriam substituir o consumo anual de combustíveis fósseis internamente.

40% do solo do planeta já são utilizados para a agropecuária. A demanda mundial por solos para cultivo de alimentos é, portanto, enorme. Imagine então para as culturas energéticas.

Série Biomassa: o lado negro de seu uso como fonte de energia



Parte I

As consequências da utilização de biomassa como fonte de energia

Como já se sabe, toda fonte de energia tem seu lado negativo. Errôneo, portanto, seria afirmar que a biomassa como fonte de energia não traz prejuízos à sociedade, a um país ou até mesmo à preservação do nosso planeta.
Os malefícios causados pela biomassa e pelos biocombustíveis são grandes, assim como seus benefícios. Entre seus malefícios, estão não só a desflorestação e falsos méritos de redução das emissões de CO2, como também a triste realidade do aumento da fome pela subida dos preços de alimentos. Nessa série, citaremos e explicaremos sobre eles, que são de tão necessária discussão.

Parte I - Os biocombustíveis e a emissão de dióxido de carbono

A biomassa tem uma ligação direta com o ciclo do carbono. Por participarem de todo esse processo, a biomassa queimada libera o dióxido de carbono que havia anteriormente absorvido do ambiente para a realização da fotossíntese. Assim, o balanço da emissão de carbono é nulo.
Nesta análise, porém, muitos se esquecem do fato de que o processo de obtenção e distribuição de energia não se limita à queima de biomassa. Todo o processo, desde a retirada de biomassa até a disponibilização de energia, é composto inúmeros fatores. Ignoram-se os custos das emissões de CO2 dos utensílios agrícolas, do processamento e refinação, das refinarias, do transporte e das infra-estruturas para transporte e distribuição, além da energia de fertilizantes e pesticidas utilizados durante as colheitas.
Os custos de energia e emissão de carbono podem ser expressivos quando se analisa todo o processo produtivo da energia proveniente de biomassa, e são piores ainda quando a energia, ou ainda mesmo a fonte de energia (biocombustíveis e oleaginosas, respectivamente), transitarem de um país a outro, situação muito propensa a acontecer, pelo crescimento do uso de biomassa na matriz energética mundial.

Periferias deprimidas: biomassa pode ser razão de prosperidade econômica




A biomassa, apesar de criticada por estimular o desmatamento, é um recurso que pode gerar uma grande melhoria nas nações subdesenvolvidas no referente à luta contra a pobreza, à criação de empregos, à independência do ponto de vista energético e à adaptação às mudanças climáticas. É irrefutável que este recurso estimula o avanço às matas nativas. Porém, para desenvolver-se economicamente e obter destaque mundial, de acordo com o IIED (International Institute for Environment and Development) em relatório recente, as nações pobres devem aumentar internamente o uso de energia proveniente da biomassa.
O relatório publicado afirma que para transformar a dependência a biomassa em benefício econômico os países devem tomá-la como fonte de energia renovável. Ou seja, ao invés de utilizar-se de matas nativas como recurso, matas replantadas continuamente devem ser a fonte de biomassa. De tal maneira, a obtenção de energia através de biomassa deixa de ser uma atividade extrativista. Os outros tão famosos benefícios também entrariam em cena: geração de empregos em toda a cadeia de fornecimento, diminuição da pobreza e emissão de menos gases do efeito estufa.
Pelos países desenvolvidos, a biomassa é vista como oportunidade de negócio. Na Áustria, 80% das casas recentemente construídas são equipadas com caldeiras a lenha. A Dinamarca pretende tornar-se neutra em carbono até 2050 a partir da duplicação do uso de biomassa. Os emergentes, segundo o IIED, não avançam na utilização do recurso em questão por considerá-las fontes de energia sujas e inadequadas à preservação florestal.
“Muitos governantes dos países em desenvolvimento tentam convencer as pessoas a não usar lenha ou carvão como combustível, mas isso só penaliza os pobres e pouco ajuda a conter o desmatamento”, diz Duncan Macqueen, pesquisador do IIED e co-autor do relatório. “Em vez disso, eles deveriam abraçar e legalizar os combustíveis de biomassa como fonte de energia. E adotar políticas que tornem as cadeias de fornecimento sustentáveis”.
Segundo uma previsão da Agência Internacional de Energia, a biomassa será responsável por 30% da energia consumida no mundo até 2050 - atualmente ela é responsável por 10%. A biomassa é uma fonte de energia altamente versátil. Por poder ser convertida em todos os vetores de energia (calor, eletricidade líquida e gás), ela pode suprir diferentes demandas - desde bombas de irrigação a refrigeração para transporte e telecomunicações. Atualmente está sendo pensada a possibilidade de utilizar o combustível de pinhão como combustível para aviões. O único impedimento é a necessidade de um consenso entre o aumento da produção, a disponibilidade de alimentos e a consciência ambiental.

Florestas Energéticas e Resíduos são fontes de bio-óleo e biocarvão



Utilizando madeira de eucalipto no processo de pirólise rápida, a Embrapa Agroenergia (Brasília/DF), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento produziu bio-óleo que também pode ser fabricado a partir de quase todos os tipos de materiais orgânicos.
O processo de pirólise conhecido industrialmente, está presente na indústria do petróleo, de carvão mineral e principalmente na agro-indústria do carvão vegetal. “A aplicação de que estamos falando é a pirólise rápida que transforma termoquimicamente partículas moídas de biomassa, no formato de serragem, em bio-óleo combustível”, explica o pesquisador da Embrapa Agroenergia, José Dilcio Rocha. E ainda produz o biocarvão, que pode ser utilizado como fertilizante, até mesmo em sistemas de produção orgânica, e em muitas outras aplicações, como por exemplo, na prevenção da poluição ambiental e na descontaminação de corpos d’água e de solo impactados por metais tóxicos.
Embora ainda pouco conhecido, o bio-óleo tem grande potencial para substituir o petróleo, com vantagens, em várias aplicações. O bio-óleo é um combustível orgânico, renovável e derivado do processamento de resíduos agrícolas e florestais. Trata-se de um óleo negro e de odor característico que sai com alto rendimento do processo de pirólise ou degradação térmica acelerada.
Diversos resíduos foram utilizados nos experimentos realizados em uma planta-piloto na Universidade de Campinas (Unicamp), podendo ser citados: capim elefante, palha de cana-de-açúcar, casca de arroz, casca de café, restos de cultura de milho e tabaco, etc.
Entre as matérias-primas testadas pela Embrapa Agroenergia, o bagaço de laranja e a madeira de eucalipto são as melhores biomassas para produção de bio-óleo e de carvão vegetal. De acordo com Rocha, o bio-óleo rende até 60% em massa comparativamente à matéria-prima usada, ou seja, uma tonelada de serragem pode render até 600 kg de bio-óleo.
A substituição de óleo combustível BPF, derivado de petróleo, gera energia elétrica e emite menos gases de efeito estufa. Alem, da geração termelétrica, o bio-óleo pode ser usado como insumo químico, em resinas e aditivos e como fungicida. Uma aplicação recente, ainda em estudo, é a produção de gás de síntese para produzir fertilizantes, combustíveis e derivados semelhantes aos de petróleo, mas por via renovável.
Esse é o conceito de Química Verde, que vem ganhando adeptos e significa substituir as matérias primas tradicionais e geralmente poluentes por insumos derivados de biomassa. Isso vai significar além da trocas das matérias-primas, grandes mudanças tecnológicas e para isso o Brasil está se preparando. “Atualmente, temos matérias-primas e também tecnologia de conversão, afinal, a rota termoquímica é viável”, afirma o pesquisador.
As florestas para uso energético têm a possibilidade de garantir o fluxo de matérias-primas para as tecnologias inovadoras que o país tanto precisa. A mitigação das mudanças climáticas e principalmente o combate à poluição ambiental estão diretamente ligados a substituição dos combustíveis fóssil e nuclear pela energia renovável da biomassa. O desenvolvimento de tecnologias inovadoras que transformem os resíduos de biomassa em energia renovável proporciona melhores condições de vida para quem vive nas grandes cidades e gera emprego e renda para quem produz nas regiões rurais.
Essa ação faz parte do Projeto Florestas Energéticas, liderado pela Embrapa Florestas, com a parceria de unidades da Empresa e de instituições públicas e privadas nacionais. O projeto contempla pesquisas na área de expansão de plantios florestais, de tecnologias ligadas aos usos tradicionais da madeira, bem como a utilização de tecnologias inovadoras para produção biocarvão, bio-óleo, etanol e celulignina, além de avaliação dos impactos ambientais de plantios florestais. “O projeto florestas energéticas está alavancando tecnologias desse perfil e para isso as parcerias são fundamentais. Quem ganha é o país e a sociedade”, conclui José Dilcio Rocha.
Daniela Garcia Collares (MTb/114/01 RR)
Embrapa Agroenergia
E-mail: daniela.collares@embrapa.br
Tel: (61) 3448-1581

Fonte: Embrapa
Data de publicação: 26/04/2011

Vídeo: Biocombustíveis - Energia Verde - Petrobrás


O vídeo acima aborda adequadamente o tema deste blog: a obtenção de energia através da biomassa. Assista e compreenda melhor os conteúdos apresentados!


O eucalipto: uma alternativa para a produção de etanol




Foi divulgada recentemente pela agência de notícias da USP uma nova forma de utilização do eucalipto. Além de sua utilidade na indústria de papel e celulose, descobriu-se que as cascas do eucalipto são um eficiente material para a produção de etanol. Esta nova aplicação não seria um fato positivo exclusivamente para a produção interna de biocombustíveis - que teria uma nova matéria-prima -, mas também ao destino das cascas descartadas no processo de fabricação de papel e celulose.
De acordo com o químico Juliano Bragatto, responsável pelo estudo, os resíduos de eucalipto, geralmente, não são utilizados pelas indústrias de papel e celulose. Grande parte deles é queimada para a produção de eucalipto - processo considerado insatisfatório por gerar uma enorme quantidade de cinzas. “Para evitar a formação de um passivo ambiental, foi avaliada a composição química das cascas para saber o potencial de transformação em bioetanol”, disse Bragatto.
Foi comprovado por uma tese de doutorado recente que uma tonelada de resíduo gera 200 quilos de açúcares, os quais permitem produção 100 litros de etanol. Se for aproveitado o açúcar que compõe a estrutura das cascas, a produção pode dobrar. (tese desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo em Piracicaba)
A produção de etanol seria feita a partir de fermentação, pela concentração de açúcares solúveis na casca do eucalipto. O mesmo processo se aplica à produção por cana-de-açúcar: a matéria-prima, à temperatura de 80ºC, é colocada em contato com as leveduras que darão origem ao etanol. O aproveitamento do resíduo, todavia, deve ser efetuado o mais rápido possível - a concentração de açúcares solúveis na casca cai de 20% pela metade em dois ou três dias. Se aplicado, portanto, o eucalipto ao processo de produção do etanol, sua produção e transporte deveria ser feita com muita técnica e rapidez.
Os estudos atuais circulam acerca do conhecimento preciso da composição química das cascas e a concentração de açúcar em outras variedades do eucalipto. “Este conhecimento é um passo importante para consolidar o conceito de florestas energéticas”, destaca Bragatto. Ele anuncia, ainda, que o açúcar obtido desse processo pode também passar a ser utilizado na produção de bioplásticos e biopolímeros.

Biodiesel a partir do óleo de mamona é mais uma alternativa energética para o país




Pesquisadores da Embrapa Algodão (Campina Grande - PB) estão envolvidos em um projeto para a produção de biodiesel a partir do óleo da mamona. O trabalho pode ser conferido na IV Exposição Ciência para a Vida, de 18 a 23 de maio, em Brasília (DF), na Sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A produção de biodiesel a partir do óleo de mamona é uma alternativa energética importante para um país como o Brasil, que busca soluções voltadas a reduzir a dependência externa de petróleo e substituir o óleo diesel - o Brasil importa mais de 20% do óleo diesel que consome.
O biodiesel pode ser feito com qualquer óleo vegetal ou animal. Mas uma das vantagens do óleo da mamona é o seu custo baixo. Outra é o fato de não poluir o ambiente. A Petrobrás está interessada nesse tipo de tecnologia e já está com uma planta de produção (Usina) praticamente pronta em Esteio (RN), com capacidade para processar dez toneladas de baga de mamonapor dia e até 3.650 toneladas/ano, o que corresponde a um plantio de aproximadamente 4 mil hectares. Uma segunda usina deverá ser implantada em Mossoró (RN), com capacidade para processar 200 mil toneladas de bagas de mamona por ano.
Principal produto da cultura da mamona, o óleo pode ser processado na indústria química nacional ou exportado e permite infinitas aplicações industriais, como lubrificante de turbinas, no processo de fabricação do náilon 6 e de resinas, tecidos, adesivos, cosméticos, fios, tubos plásticos e tintas utilizadas em pinturas de automóveis e em impressoras, e, ainda, em componentes utilizados nas telecomunicações e na biomedicina.
As exportações brasileiras de óleo de mamona dirigem-se principalmente para os Estados Unidos, Japão e Comunidade Européia. O Brasil é o terceiro maior exportador de óleo demamona, participando com cerca de 12% do mercado mundial. Tem potencial para fornecer mais de 60% do biodiesel em substituição ao diesel hoje utilizado em todo o mundo.
Empregos - A cultura da mamona, uma das mais antigas plantas domesticadas pelo homem, é tradicional no Nordeste brasileiro, em especial no Estado da Bahia (principal produtor). A cultura possui um forte componente social, já que é cultivada principalmente por pequenos produtores. O biodiesel feito com óleo de mamona pode promover o emprego de milhões de pessoas na região Nordeste.
Pesquisadores da Embrapa estão dando suporte técnico a diversos programas estaduais de incentivo à cultura da mamonaem pelo menos cinco Estados nordestinos: Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Alagoas. A Empresa dispõe de um banco de germoplasma de mamona de grande variabilidade genética, com cerca de 300 acessos (diferentes variedades de mamoneiras).
As cultivares desenvolvidas pela pesquisa possuem boa produtividade e alto teor de óleo. Esses fatores contribuem para o aumento da renda dos produtores e melhor funcionamento da cadeia produtiva, elevando a quantidade de empregos nesse setor. A área plantada hoje no Brasil está em torno de 160 mil hectares. O valor da produção, estimado em aproximadamente R$130 milhões. A produtividade média nacional é de aproximadamente 800 kg/ha, mas com alguma tecnificação facilmente se alcançam 1.500 kg/ha.
A Exposição Ciência para a Vida é promovida de dois em dois anos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Embrapa e tem como principal objetivo mostrar ao público urbano que os resultados da pesquisa agropecuária melhoram a qualidade dos alimentos e a vida da população brasileira. A Exposição reúne as 40 Unidades da Embrapa e empresas parceiras, como universidades, instituições estaduais, órgãos de fomento à pesquisa, governamentais e não governamentais, organismos internacionais e empresas públicas e privadas do Brasil e do exterior. O evento é gratuito e aberto ao público de 10 às 22 horas, de 18 a 23 de maio. Os estandes estão montados em frente à sede da Embrapa, localizada no Parque Estação Biológica, no final da W3 Norte, ao lado da Ponte do Bragueto.


Jornalistas Dalmo Oliveira e Marita Féres Cardillo Mais informações: Assessoria de Comunicação Social da Embrapa Telefone: (61) 448-4113 / 448-4012 / 340-7015

Fonte: Embrapa
Data: 25/11/2004