quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O eucalipto: uma alternativa para a produção de etanol




Foi divulgada recentemente pela agência de notícias da USP uma nova forma de utilização do eucalipto. Além de sua utilidade na indústria de papel e celulose, descobriu-se que as cascas do eucalipto são um eficiente material para a produção de etanol. Esta nova aplicação não seria um fato positivo exclusivamente para a produção interna de biocombustíveis - que teria uma nova matéria-prima -, mas também ao destino das cascas descartadas no processo de fabricação de papel e celulose.
De acordo com o químico Juliano Bragatto, responsável pelo estudo, os resíduos de eucalipto, geralmente, não são utilizados pelas indústrias de papel e celulose. Grande parte deles é queimada para a produção de eucalipto - processo considerado insatisfatório por gerar uma enorme quantidade de cinzas. “Para evitar a formação de um passivo ambiental, foi avaliada a composição química das cascas para saber o potencial de transformação em bioetanol”, disse Bragatto.
Foi comprovado por uma tese de doutorado recente que uma tonelada de resíduo gera 200 quilos de açúcares, os quais permitem produção 100 litros de etanol. Se for aproveitado o açúcar que compõe a estrutura das cascas, a produção pode dobrar. (tese desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo em Piracicaba)
A produção de etanol seria feita a partir de fermentação, pela concentração de açúcares solúveis na casca do eucalipto. O mesmo processo se aplica à produção por cana-de-açúcar: a matéria-prima, à temperatura de 80ºC, é colocada em contato com as leveduras que darão origem ao etanol. O aproveitamento do resíduo, todavia, deve ser efetuado o mais rápido possível - a concentração de açúcares solúveis na casca cai de 20% pela metade em dois ou três dias. Se aplicado, portanto, o eucalipto ao processo de produção do etanol, sua produção e transporte deveria ser feita com muita técnica e rapidez.
Os estudos atuais circulam acerca do conhecimento preciso da composição química das cascas e a concentração de açúcar em outras variedades do eucalipto. “Este conhecimento é um passo importante para consolidar o conceito de florestas energéticas”, destaca Bragatto. Ele anuncia, ainda, que o açúcar obtido desse processo pode também passar a ser utilizado na produção de bioplásticos e biopolímeros.

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