quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O futuro dos biocombustíveis (para Vinod Khosla)


O evento sobre a indústria do etanol e cana-de-açúcar promovido pelo Ethanol Summit contou com a presença de grandes nomes de algumas das maiores indústrias de petróleo do mundo - entre elas a Shell e a Petrobrás. A grande atração do evento, realizado pela Unica (entidade que reúne empresas nacionais produtoras de cana), foi o megainvestidor indiano Vinod Khosla, fundador da Khosla Ventures que, da Califórnia, investe em empresas e startups de tecnologia dedicadas a inovações que reduzam as emissões de CO2.
A fala de Khosla foi precedida pela de vários presidentes das principais empresas de petróleo nacionais. Cada um destes abordou seu ponto de vista sobre o mercado de biocombustíveis e a estimativa do aumento do uso dos biocombustíveis no mundo. Em contrapartida, Khosla afirmou enfaticamente: “Vocês estão dizendo que, em 20 anos, os biocombustíveis responderão por 10% dos combustíveis em todo o mundo. Para mim, esta é uma estimativa muito tímida“.
As companhias de petróleo certamente investem em energia limpa. A Shell, por exemplo, firmou recentemente um joint-venture com o grupo Cozan e criou a Raízen, para oferta de etanol. A Total, por sua vez, tem 22% de uma startup californiana, a Amyris. A Petrobrás Combustíveis também tem investido em tecnologias ambientais e biocombustíveis.
Não obstante ao investimento das companhias nacionais, Khosla deixou claro que o futuro dos biocombustíveis não é exatamente aquele dito por elas. Para Khosla, ele investe mais. "O futuro dos biocombustíveis é muito melhor do que vocês têm dito aqui", afirmou.
Muitas empresas constam no site da Khosla Ventures como clientes. Na área "cleantech" (de tradução literal "tecnologia limpa"), por exemplo, há mais de quarenta empresas. Oito delas enquadradas nas categorias “etanol celulósico” e “hidrocarbonetos avançados”. É dessa linha de produtos, feitos a partir de biomassa (plantas, palha, bagaço de cana, resíduos florestais), que virão o grande volume de biocombustíveis necessário para dar conta do aumento de consumo em todo o mundo.
De acordo com Khosla, o baixo custo de produção resultará numa queda no preço do biocombustível, o que acaba por gerar a liderança no mercado. “Já existe tecnologia para que o preço do biocombustível caia abaixo de US$ 0,50 até 2015,” afirma.

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