quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Parte III - A desflorestação no Brasil, na Malásia e na Indonésia



As florestas tropicais são os mais ricos armazéns de carbono e os mais eficazes esgotos de carbono do mundo. Assim, quando tais florestas são desmatadas a um ritmo de mais de 14 mil hectares por ano, certa de 5,8 toneladas de carbono são liberadas para a atmosfera, e apenas parte dela retorna ao solo a partir das novas plantações.

Os países que não possuem uma legislação ambiental consolidada, ou não possuem fiscalização para as mesmas, acabam tendo grande parte de sua mata nativa deteriorada. No Brasil, por exemplo, enormes extensões da Amazônia já foram desmatadas não apenas para comércio ilegal de madeira, mas também para o cultivo de soja. A soja é utilizada tanto para a indústria de carne como para a produção de biodiesel. A cana-de-açúcar, que também tem invadido a Amazônia, é a matéria-prima do etanol. As principais preocupações, todavia, são seu avanço sobre a Mata Atlântica e o Cerrado - do qual dois terços já estão destruídos ou degradados.

Na Malásia e na Indonésia estes problemas são ainda maiores. A principal cultura energética desses países é o óleo de palma, que já tem sido chamado de "diesel da desflorestação". A utilização do óleo de palma nas culturas alimentícia e energética preveem um drástico aumento em sua produção. Já é irrefutável as consequências de sua produção: de acordo com um relatório dos Amigos da Terra, The Oil of Ape Scandal revela que, entre 1985 e 2000, as plantações de óleo de palma promoveram cerca de 87% de desflorestação na Malásia. Prevê-se que, em alguns anos, 6 milhões de hectares de florestas na Malásia e 16,5 milhões de hectares da Indonésia desapareçam em função da cultura do óleo em questão.

O óleo de palma é um candidato forte à substituição dos combustíveis fósseis. Acredita-se que até 2020 a produção global de óleo de palma duplique - atualmente ela se encontra acerca de 28 milhões de toneladas por ano. Tanto a Malásia como a Indonésia não preveem diminuição em sua produção de óleo de palma; pensam apenas em aumentá-la. Tais países assumiram um compromisso conjunto de produzirem internamente 6 milhões de toneladas de óleo bruto de palma por ano para alimentar o mercado dos biocombustíveis.

Obs.: Dados de 2008.

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