quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Parte IV - O preço dos alimentos



Não é apenas a partir da ocupação de territórios previamente utilizados para culturas alimentares que a bioenergia tem contribuído para a fome no mundo. Há inúmeras culturas que passaram a vender seus produtos para o mercado de biocombustíveis em detrimento do abastecimento alimentar local. O óleo de colza é um exemplo: em 2006, cerca de 60% do total do óleo produzido na União Europeia destinou-se à fabricação de biodiesel. Com a diminuição da oferta do produto, consequentemente houve o aumento de seu preço. Em 2005, o preço do óleo de colza subiu 45%, e depois mais 30%, atingindo cerca de 800 dólares por tonelada.

A mesma situação foi notada com os cereais. Os preços do milho americano tiveram um aumento de mais de 50% desde Setembro de 2006 (o fato se deve pela utilização do milho na produção de bioetanol). O trigo teve em 2006 seu preço mais alto em 10 anos, de 300 dólares por tonelada.

Toda cultura gera um prejuízo futuro ao solo. Não ocorre situação diferente com as culturas energéticas, que reduzem a fertilidade e esgotam os minerais do solo. Essa situação também gera impacto às culturas alimentares, pois deixam o cultura inadequado para uma possível cultura de outros produtos. Há também enormes desperdícios durante o processo de obtenção de energia através de biomassa, o que faz necessário medir o impacto ambiental causado pelos restos da produção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário