quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Produção brasileira de biocombustíveis é referência para países da América Central


Com objetivo de conhecer o modelo brasileiro de agroenergia e as possibilidades de adaptação para a América Central, uma comitiva formada por técnicos dos governos de El Salvador, da República Dominicana e da Guatemala está no Brasil, até sábado (12 ), visitando instituições e produtores rurais que trabalham com biocombustíveis. Também estão acompanhando a comitiva o Diretor de Energia e Biocombustíveis do Departamento de Estado norte-americano, Richard Simmons e o Especialista em Energia do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Organização dos Estados Americanos (OEA), Francisco Burgos.
Para os membros da comitiva, o diálogo com formuladores de políticas regulatórias e com o setor produtivo brasileiro demonstra a viabilidade comercial da produção de etanol e de biodiesel. Por serem países com áreas de pequena extensão, o incentivo à produção de biocombustíveis por agricultores familiares e o marco legal são os focos principais da presença dos técnicos no País.
Durante esta semana, a comitiva visitou, em São Paulo, a União da Indústria da Cana-de-Açúcar - ÚNICA - onde recebeu informações sobre a produção da matéria-prima e do etanol em nosso país.  Em Brasília, nos dias 9 e 10/02, houve reuniões nos Ministério de Minas e Energia, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e na Embrapa.
Na quarta-feira (9), o programa de pesquisa de biocombustíveis foi apresentado pelo Chefe de Comunicação e Negócios da Embrapa Agroenergia, José Manuel Cabral. De acordo com ele, o que mais chamou a atenção foram os aspectos relacionados às políticas públicas para a produção e utilização de biocombustíveis no Brasil e a possibilidade de inclusão social proporcionada por esses programas. Na parte da tarde, a comitiva foi recebida pela equipe da unidade industrial da Granol, em Anápolis/GO, numa articulação com a União Brasileira do Biodiesel - UBRABIO. A Granol é uma empresa genuinamente brasileira e tem como produtos óleos vegetais, farelo de soja moído ou peletizado, além de biodiesel e alguns produtos com especificações personalizadas. Atualmente, nesta Unidade são produzidos cerca de 500.000 litros de biodiesel por dia, a partir de soja e sebo bovino. 
Na sexta-feira (11), a comitiva está no Rio de Janeiro, no Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Inmetro - e na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível - ANP. No sábado (12), os visitantes, acompanhados por técnicos da Petrobrás Biocombustível, irão conhecer áreas de agricultores familiares e cooperativas que produzem mamona no município de Morro do Chapéu, na Bahia.
Viabilidade dos biocombustíveis
A Fundação Getúlio Vergas realizou estudos de viabilidade de produção de biocombustíveis em sete países latino-americanos (El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, República Dominicana, São Cristovão e Névis) e em dois países africanos (Senegal e Guiné Bissau) no âmbito da cooperação trilateral do "Memorando de Entendimento entre o Governo do Brasil e o Governo dos Estados Unidos da América para Avançar a Cooperação em Biocombustíveis".
De acordo com informações da Divisão de Energias Renováveis do Itamaraty, alguns desses países estão em vias de eleger projetos para produção de bioenergia, a serem financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os governos desses países solicitaram apoio ao Brasil e aos Estados Unidos na formulação de marcos regulatórios referentes à produção e ao uso de biocombustíveis, para estimular o setor privado a investir e concretizar as propostas apresentadas nos estudos de viabilidade.
O próximo passo da comitiva é colocar em prática as sugestões do estudo da FGV. Os três países já usam mistura de biodiesel ao diesel. A perspectiva é que os resultados do estudo aumentem a produção para atender os mercados internos e externos de etanol e biodiesel. Existe um acordo de livre comércio que permite exportar, em condições vantajosas, a produção de biocombustível para os Estados Unidos. Na República Dominicana, a perspectiva é ter 20% de etanol na gasolina até 2012. Em relação a El Salvador, a proposta é de implantar uma destilaria que produza 150 milhões de litros/ano. Quanto à Guatemala, o governo ainda não definiu um projeto prioritário, o que poderá acontecer após a visita realizada ao Brasil.


Daniela Garcia Collares (MTb/114/01 RR)
Embrapa Agroenergia
daniela.collares@embrapa.br
Contatos: (61) 3448-1581

Fonte: Embrapa
Data de publicação: 11/02/2011

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