domingo, 16 de outubro de 2011

Série Proálcool - Parte I

História

O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) foi criado em 1975 durante o governo de Ernesto Geisel. Após o primeiro choque de petróleo, o barril de combustível aumentou insustentavelmente no mercado mundial. O Brasil visou fazer do álcool, então, uma fonte alternativa de energia, a partir da introdução da mistura gasolina-álcool (álcool anidro) e a fabricação de veículos movidos exclusivamente a álcool (álcool hidratado).

Para que fossem construídas usinas produtoras de álcool, foram concedidos vultuosos empréstimos aos maiores produtores de cana-de-açúcar, a juros subsidiados. O subsídio agrícola não se limitou aos grandes produtores, avançando pelos médios e pequenos produtores agrícolas e suas culturas. As zonas agrícolas em foco eram as que já possuíam plantações e usinas de cana de açúcar – como Ribeirão Preto e região (São Paulo), Campos e região (Rio de Janeiro) e Zona da Mata Nordestina.

Até 1979, o Proálcool desenvolveu-se lentamente, adquirindo impulso com a segunda crise do petróleo. O setor automobilístico passou a apoiá-lo, vendo nele um caminho para a sustentação de suas vendas com a crise do petróleo. O governo definia os preços a partir de razões políticas, não econômicas, arcando com o prejuízo. Tal medida causou um uso extraordinário de álcool nos anos iniciais: em 1985 as vendas de carros movidos a etanol puro representaram 96% do mercado e até o fim da década 5,5 milhões de automóveis foram vendidos.

Não obstante o crescimento do mercado e os benefícios da produção do álcool, a partir da década de 1990, pela diminuição dos subsídios para a produção e consumo, a falta de álcool e a conseqüente perda de confiança causaram a preferência dos consumidores por veículos movidos a gasolina. Atualmente, poucos veículos são movidos exclusivamente a álcool, mas tem crescido o número de carros bicombustíveis, os denominados “flex”. Em 2009, estes representavam cerca de 90% dos carros zero-quilômetro vendidos no mercado.

Com advento dos carros flex fuel, o plantio de cana de açúcar e a construção de novas usinas tiveram novo impulso, passando a ocupar, além das áreas tradicionais, extensas porções do cerrado. Em dados de 2007, constatou-se que a cana-de-açúcar foi a segunda principal fonte de energia do Brasi, apenas atrás do petróleo. Tal fato, no entanto, deve-se muito mais à iniciativa privada do que a governamental.

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